
Felizmente a crise do coronavírus não aconteceu no segundo semestre europeu. A pandemia se instalou e cancelou dezenas de grandes eventos na França e em outros países. A turma bem que tentou resistir, mas não deu. Bares, lojas e restaurantes fechados dificultam o comércio do vinho. Supermercados e lojas virtuais suprem nossa necessidade de consumo. O impacto econômico é enorme em todos os segmentos.
Na França o presidente Emmanuel Macron, de centro, e o ministro da Economia Bruno Le Maire pedem para que as empresas não parem. Claro, que o trabalho em casa virou lei para muitos. Outras atividades exigem trabalho presencial e cuidados sanitários para que o vírus não os contamine. As estradas estão abertas e os postos de gasolina e lojas de conveniência nas estradas também. Sem esses funcionando os caminhões e os caminhoneiros não podem levar alimentos, medicamentos e outros itens necessários ao nosso dia a dia.
As equipes administrativas das vinícolas e negociantes estão operando de casa. As câmaras de comércio e laboratório estão enviando laudos e certificados digitais. Alôôô, ministra Teresa Cristina aoriente os fiscais para aceitarem versões digitais em todos os portos do país. Num primeiro momento a maioria das unidades de engarrafamento e expedição parou nesta primeira semana de confinamento. Na segunda-feira já haverá retomada da produção em boa parte das vinícolas. O produtor está tentando vender a safra 2019 no maior sufoco. Não bastasse a crise que já estava instalada no setor veio o covid-19.

Mas como dizia lá em cima chegou numa hora menos ingrata aqui no hemisfério norte. No momento os produtores conseguem tratar o vinhedo, sempre tomando as devidas precauções. Nesta etapa a exigência de mão de obra é baixa e mecanizada. Imagine não poder colher manualmente as uvas? Não poder fazer a triagem das uvas na esteira, vinificar seria também mais complicado. São etapas que exigem uma maior presença humana na maior parte dos vinhedos. Não é que não haja colheita mecânica, mas esta não é usada em grandes vinhos e nas parcelas qualitativas dos vinhos AOP. Nem tudo é mecanizado. Seria uma catástrofe ainda maior. Afinal, esta mão de obra sazonal vem de outras regiões e mesmo de outros países.

No hemisfério sul o problema deve ser bem grande neste momento. Toda minha solidariedade a todos os produtores e aos vinhateiros do Brasil. Santé.
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